Comércio local de Mogi Mirim sofre retração histórica e permanece sem estratégia de recuperação

Dados do Novo Caged e publicada pelo jornal O Impacto revelam que, entre janeiro e abril de 2025, o comércio local de Mogi Mirim registrou a pior queda em cinco anos. O setor encerrou o período com saldo negativo de 82 postos formais — resultado de 1.381 admissões contra 1.463 desligamentos, configurando uma das piores performances desde 2020, ano da pandemia.

Em contraste, a economia da cidade mostrou sinais de recuperação nos demais setores: foram criadas 640 vagas com carteira assinada, distribuídas entre indústria (+367), serviços (+200), agropecuária (+91) e construção civil (+64). O comércio foi o único segmento com recuo no número de empregos formais.

A variação negativa representa uma retração de 239% em relação ao mesmo período em 2024, quando o comércio local havia registrado saldo positivo de 59 vagas. Nos primeiros três meses de 2025, o setor foi ainda mais atingido: janeiro e março fecharam com quedas de 48 e 45 postos respectivamente, enquanto abril registrou leve recuperação com a criação de 12 vagas .

O segmento de varejo foi especialmente afetado, com fechamento de 79 postos formais no quadrimestre. No ano passado, esse mesmo segmento havia registrado 40 admissões líquidas. Sendo 2020 o único ano pior registrado, com 292 demissões formais.


Ausência de plano estratégico

As lideranças locais, como a Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm), ainda não apresentaram um plano robusto para enfrentar a crise. A principal proposta atualmente em debate é o alargamento da Rua 15 de Novembro e a reinserção de vagas de estacionamento no centro, uma iniciativa criticada por especialistas por resgatar modelos obsoletos.

Enquanto o varejo físico é desafiado pela crescente influência do comércio eletrônico e pelo surgimento de centros comerciais regionais — como os shoppings de Mogi Guaçu —, faltam ações estruturais voltadas à modernização do setor. A tentativa de reverter a decadência comercial do centro com mudanças pontuais na geometria das ruas ignora fatores estruturai: experiência de consumo, mobilidade, integração digital e articulação regional. Sem isso, o centro de Mogi Mirim continuará perdendo relevância.


Urgência por uma agenda moderna

Analistas avaliam que, sem uma reação articulada e voltada ao futuro, o centro comercial de Mogi Mirim tende a perder ainda mais relevância porto à concorrência das cidades vizinhas. A crise atual, apontada como histórica, exige liderança com visão de longo prazo — capaz de fomentar competitividade no varejo local e resgatar seu papel regional.

A urgência de uma reação é clara, mas ela exigirá mais do que fórmulas antigas e eventos simbólicos. O comércio mogimiriano precisa ser reposicionado em novo patamar, com incentivo à inovação, digitalização dos pequenos negócios, estímulo à economia criativa e conexão com o turismo regional. E isso só será possível com lideranças capazes de olhar para frente, abandonar o retrovisor e entender que, no comércio do século 21, estacionamento não é mais sinônimo de desenvolvimento.

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